Neste post, quero dividir com vocês um livro que tem vários ingredientes para ser um Best Seller em Gestão, complementando o Business Model Canvas! Vou tentar resumir a abordagem e as principais ferramentas que são mencionadas no livro! Vamos lá?!

É um livro poderoso para aqueles que trabalham com gestão, estratégia e inovação. De leitura fácil, com uma diagramação muito agradável e ousaria dizer que ele deveria constar na lista de leitura para estudantes de Administração e para todos aqueles que trabalham com consultoria organizacional, tecnologia, gestão, marketing e afins!

Encontrei este livro no começo de março, enquanto passeava pela área de Management de uma Barnes & Noble, em Manhattan. Eu tenho o estranho hábito de visitar bibliotecas e livrarias desde criança, por mais piegas que possa parecer, minha mãe desde pequeno me levava a bibliotecas e livrarias, desde então eu peguei o gosto pela leitura.

Eu fico entretido por horas no meio dos livros… Curiosamente, na semana passada cheguei a passar mais de 6 horas dentro da biblioteca publica central de Los Angeles! E pelo menos mais umas 4 horas passeando nas bibliotecas da UCLA.

Mas vamos ao que interessa! O livro!

Ele tem muitos exemplos e cases, que não citarei neste post, pois, ele ficaria enorme. Por isso optei, como principal takeaway focar na abordagem e ferramentas apresentadas.

Essas ferramentas, estão distribuídas em diversas partes do framework chamado: The Double Loop.

Este framework suporta a jornada de Design, que consiste, nas seguintes fases:

1  – PREPARAÇÃO

Se você está prestes a fazer uma jornada de exploração para entender seu cliente ou projetar novos modelos de negócios para seu futuro, a preparação é a chave. Você não entraria em batalha sem se preparar primeiro. Da mesma forma, você precisará se preparar antes de lançar uma iniciativa de design (ou redesenho).

Este primeiro tópico, aborda a preparação do time, do ambiente e de como trabalharemos. Alguns dos principais pontos são a definição de embaixadores/facilitadores, elaboração do workshop de energização e preparação do time para a jornada de design, nesta fase são apresentadas duas ferramentas: o team charter e o screenplays.

Team Charter

O Team Charter irá ajudá-lo a criar um plano essencial por trás de qualquer projeto: uma equipe bem equilibrada. Como documento é co-criado, a equipe ajudará a esclarecer a direção e definir fronteiras.

[#opinião] Quase todas as ferramentas também são apresentadas em modo de canvas! Na minha opinião, estou cansado da canvização de tudo, esse excesso de “visual”, em alguns casos gera superficialidade nas analises.

É canvas em projetos (até aonde sei tem pelo menos uns 3 canvas, quase todos mais do mesmo), é canvas pessoal, é canvas em supply, é canvas do canvas… Nem tudo precisa ou deve ser visual! Fica a Dica!

Desenhos são poderosos! Mas nem todo mundo precisa de desenhos para entender! rs

😉

2  – PONTO DE VISTA

Toda viagem de design começa em algum lugar. Talvez, em algum lugar, seja uma nova empresa em busca de seu modelo de negócios sustentável (criação de dinheiro). Ou talvez a jornada esteja sendo tomada por um negócio existente à procura de novas direções para que ele possa permanecer competitivo e crescer. Em todos os casos, a viagem que você leva começará com um ponto de vista.

O ponto de vista fala que o design é algo humano, e é necessário a compreensão sobre as perspectivas e valores. Ou seja, nesta fase devemos olhar para dentro da perspectivas da equipe. São abordadas as ferramentas:

Definição da Visão

O livro Start with Why, é um bom exemplo de como um propósito transcendental pode motivar as pessoas! O mesmo também é mencionado em parte no livro Drive! do Daniel Pink! Esta ferramenta auxilia na criação compartilhada de visões de longo prazo, auxiliando no alinhamento da equipe!

Cobertura Jornalistica da Visão

Esta ferramenta auxiliará você e a equipe a visualizarem o futuro: como o mercado responderá ao projeto? Lembre-se que esta ferramenta (provavelmente) não lhe proporcionará uma visão reveladora. Mas irá desafiá-los a pensar além da área conhecida e segura.

Critérios de Design

Esta ferramenta ajuda o time a definir o que ele quer, o que ele deve e principalmente o que ele não deve fazer. É interessante para definir os limites, valores e visões em comum sobre o projeto.

Apesar de simples, não deixa de ser uma ferramenta interessante!

Storytelling

Como seres humanos, contamos histórias todos os dias. Usamos histórias para explicar, explorar, engajar e persuadir os outros. Durante a viagem de design, você terá muitos momentos em que você precisa contar uma boa história. E, assim como os outros fundamentos da sua estratégia, boas histórias podem ser projetadas.

E ao final também é abordado de maneira sucinta a jornada do herói (que já foi inclusive tema de uma tese em estratégia na EAESP, que falava sobre a trajetória dos empreendedores).

Mas isso é só a sua opinião… É melhor ver o que outros públicos pensam!

3  – ENTENDIMENTO

O Entendimento, aborda o consumidor, o contexto e a visão de negócios. Estas variáveis são a chave para o desenho de negócios melhores. Dentre as Principais Ferramentas apresentadas:

Jornada de Consumo

Mapear esta jornada irá fornecer-lhe informações sobre como os clientes experimentam um produto ou serviço, bem como como eles podem ser melhor atendidos ou até mesmo encantados. É uma poderosa ferramenta, que auxilia a co-criar a jornada junto com seus clientes ou validar seus pressupostos com eles.

Uma atividade que pode agregar muito é customer safari, no qual você acompanha o consumidor durante todo o trajeto e experiencia dele. Por exemplo, no caso de compras em um supermercado, você começaria pelo momento em que o consumidor percebe aonde quer que esteja “Casa, trabalho… whatever” a necessidade da compra e o acompanha durante toda a experiência até o final que seria a chegada em “casa, trabalho… whatever”.

Ela pode proporcionar muitos insights, principalmente sobre os pontos de satisfação e dor.

Proposição de Valor

Essa ferramenta, já foi apresentada no Business Model Canvas, ela começa com uma persona definida. Ou seja, um exercicio que seria um pré-requisito para utilização deste seria a utilização da ferramenta Mapa de Empatia.

Claro, você pode ter muitos segmentos de clientes diferentes que você atende (ou deseja atender). Então, o time discutirá sobre quem são realmente os clientes. Talvez seja necessário preencher várias telas, uma para cada cliente/nicho/segmento.

Contexto

É essencial entender o contexto, tendencias, concorrentes e o cenário no qual você, o seu time e o seu projeto estão inseridos. Esta ferramenta, proporciona insights poderosos, sobre isto!

O Business Model Canvas também é apresentado no livro, mas a ferramenta é tão batida e já foi tão falada, que eu optei por não tratá-la no post. Mesmo assim, acho que é uma boa ferramenta, apesar que na minha opinião pessoal a grande maioria dos profissionais sub-utilizam ou utilizam superficialmente a ferramenta.

4 – IDEAÇÃO

Todos nós temos idéias. Às vezes, as idéias que aparecem na nossa cabeça nos mantêm acordados à noite e algumas até anos. Mas a verdade é: até as melhores idéias são limitadas. O impacto só é criado quando as ideias se tornam aditivas e expansivas, nesta visão mais é melhor. Não existe uma única solução para um problema, a ideação permite que você e o time liberem o pensamento e construam novas idéias.

Vamos ver as principais ferramentas:

Matriz Criativa

Quando você está descobrindo que as idéias de todos estão caindo e em torno das mesmas áreas de exploração, é hora de expandir os limites do seu pensamento. Este é um momento perfeito para usar uma matriz criativa.

Mural de Idéias

Perguntar “E se ?” É uma maneira poderosa de preencher uma parede com ótimas idéias. Sinta-se livre para usar essas questões de gatilho, ou crie suas próprias! Pergunte a sua equipe em um ritmo acelerado, desafiando cada pessoa a criar muitas outras idéias.

Depois de geradas as idéias do What If…, você deverá agrupar as idéias em principais grupos de possíveis afinidades.

Matriz de Inovação

Sua parede de idéias é preenchida com centenas de idéias, e chegou a hora de fazer uma seleção. Quais são as idéias realmente promissoras? Use a Matriz de Inovação e o sistema de classificação para filtrar as melhores idéias

5 – PROTOTIPAÇÃO

A Prototipação, é literalmente o “Bota pra fazer” das ideias, nesta fase o time deve estar aberto para o aprendizado durante o “making”. São mencionados também como exemplos de prototipação: Pop-Up Stores, Impressoras/Protótipos em 3D, Páginas de Internet de Teste, entre outros. Esse capitulo, é um dos capítulos um pouco mais rasos do livro, pois, não existem receitas de bolo do tipo “one-size-its-all” quando o assunto é prototipação.

Dentre as principais ferramentas, são apresentadas Esboço e o Protótipo de papel.

Nesta seção eles recomendam complementarmente a leitura do livroDraw to Win: A Crash Course on How to Lead, Sell, and Innovate With Your Visual Mind, do Dan Roam. Aqui no Brasil, este autor tem o livro traduzido de nome Desenhando Negócios.

Em resumo, a ideia dessa fase é tangibilizar os conceitos de produtos, serviços e processos concebidos.

6 – VALIDAÇÃO

Na Validação, os valores e pressupostos são colocados a prova! Pois o nosso entendimento, pode não ter sido o correto. Ou seja, testamos as ideias e medimos os resultados.

Se a prototipagem é sobre trazer vida às suas idéias para vê-las, senti-las e identificar rapidamente seus pressupostos, então, o foco da validação é adicionar rigor ao processo de design. A validação exige a experimentação para testar seus requisitos e medir os resultados.

As melhores ideias são nada se não forem testadas!

Ferramentas:

Pressuposto mais arriscado

Encontrar o pressuposto mais arriscado nem sempre é fácil. Discutir os pressupostos com sua equipe ajudará a identificar aqueles a seguir. É composta pelas dimensões: Já Validadas, Pressupostos mais arriscados, Alto Impacto e Baixo Impacto. Abaixo podemos ver uma representação visual:

Experimento

Uma vez que você encontrou seus pressupostos mais arriscados, você precisará descobrir a melhor maneira de testá-los e medi-los de forma quantitativa. Isso me lembra da aulas de Metodologia, de Karl Popper e os principios da Falseabilidade, algo que é parte central da pesquisa cientifica.

A ferramenta está estruturada através das seguintes informações: pressuposto mais arriscado, hipóteses falseáveis, ajuste do experimento, resultados e conclusões(Validado, Invalidado e Inconclusivo). O Experimento é a ferramenta adequada, abaixo podemos ver como o livro representa a ferramenta graficamente:

A ideia por detrás desta ferramenta é projetar a experiência certa no momento certo, facilitando a analise da equipe.

Validação

Com seus experimentos prontos, é hora de começar a testá-los e verificar a evolução ao longo do tempo. Às vezes, seus testes retornarão positivos, às vezes negativos. Ao longo do caminho, você irá mudar seu mvp/protótipo – adicionando e mudando à medida que que os insights e resultados forem surgindo. Esta ferramenta ajudará a acompanhar o seu progresso ao longo do tempo.

Funciona quase como um diario de bordo de um projeto, no qual você registrará todos os principais pontos levantados durante os pilotos.

Mas ainda não chegamos ao final, uma das mais desafiadoras fases… Ganho de Escala!

7 – ESCALA

A escala, tem como perspectiva que o design é algo interativo, cíclico e concebido para ganhar escala, ou seja, sair de projetos pequenos para normas culturais.

Prontidão para Investimentos

O nível de prontidão para investimentos, auxilia na quantificação do progresso de um produto, projeto ou empresa, ajudando você a tomar decisões de investimento, seja você líder de equipe, gerente ou investidor.

Quase todas as ferramentas estão disponíveis para download no site: www.designabetterbusiness.com

[#Spoiler] Ou seja, resumindo neste post abordamos estas ferramentas:

Espero que tenha gostado do resumo!

Até a próxima,

Um abração!

Yuri L. O. Cunha


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